espera I

Um, dois, três... um, dois, três...um, dois, três...Contava os passos, um, dois, três.... Isso me fazia não pensar. Não queria. Não podia. Um, dois, três... um, dois, três...um, dois, três... Se pensasse o coração parava Se pensasse a respiração parava Se eu pensasse minha vida parava. Um, dois, três... um, dois, três... Nunca mudava os números. Nunca chegava ao quatro. Nunca começava a contar do mesmo pé. Um, dois, três... um, dois, três...um, dois, três... Seria uma dança? Seria um compasso Seria uma valsa? Um, dois, três... um, dois, três...um, dois, três...A conta impedia as lágrimas de chegar aos olhos.A conta não deixava a mão esmagar os dedos. A conta mantinha o ritmo da respiração.Um, dois, três.... O destino não importava. A distância não importava. A paisagem não importava. um, dois, três...O que importava era o movimento. O que importava era tempo.O que importava era um, o dois, o três...
E o celular tocou.